Garimpando Latas – Fuzzes e Power Supplys

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Garimpando Latas – Fuzzes e Power Supplys

 

Como que concluindo o episódio anterior do garimpo, onde falamos de fuzzes e muffs, hoje temos grandes surpresas de final de ano. Não era de esperar terminar um ano assim. Relembro novamente que todo o equipamento é unicamente adquirido no mercado de usados, por regra a preços muito interessantes, alguns como o caso de hoje a metade do preço. Exactamente por esse motivo uma das surpresas foi a aquisição de uma terceira fonte de alimentação, uma Pedal Power 2. Ninguém necessita de três fontes de alimentação, correcto?!! Mas vamos começar pelos fuzz.

 

Fulltone 69

O fuzz face de germanio em que todos deveriamos botar a mão. Que Fuzz! Que surpresa! Para single coils, e não só, se não for perfeito anda muito perto da perfeição. Eu arrisco a dizer que nos faz esquecer os tão amados Sun Face do Analogman. Pelo preço eu diria que é mesmo a perfeição. Grande Mike Fuller. Controles no ponto certo das frequências/ganhos. O Counter dá uma versatilidade incrível, o fuzz nunca soará excessivamente grave ou abafado. O controle de Input substitui, e aplia o uso do knob de volume da guitarra entre o 10 e o 8, dando uma precisão e controlo excepcional. Mais de um ano esperando que pintasse usado a preço simpático. Deu muita vontade de conseguir um 70′ fuzz, ou uma das criações mais recentes do tio Fuller, o novo drive/fuzz Más Malo.

 

BlackCat Od – Fuzz hybrid

Raramente acontece algo assim. Em menos de um mês outro grande pedal. Creio que esqueci o 70’ fuzz da Fulltone de que falei acima. Testando num primeiro momento o lado fuzz deste Gato Preto, percebi de caras que o Fultone 69 é dos mais abrangentes, completos, e rico em timbre, entre os pedais de fuzz.

 

Voltando… o Od – Fuzz hybrid também é perfeito. Perfeito de outar forma, na mistura de dois transistores, um de germânio e outro de silício. Perfeito também na mistura de um fuzz com um overdrive fora do comum. Temos de um lado um fuzz face de linha quase clássica, mas sem zonas mortas ou abafadas em extremo, certamente devido ao par hibrido de transistores, do outro, um OD, o (pouco) conhecido OD1 da Blackcat, também chamado de Freddie Fuzz, que tem uma característica muito fuzz quando usado com o ganho acima de 12h. O lado OD não utiliza clipagem por diodos, com é costume em pedais de drive, mas apenas um op-amp empurrando e rasgando tudo na sua frente. Tudo isto com muita força e bem na cara. Muito interessante para utilizar em notas bem agudas com singlescoils, pois inexplicavelmente elas ficam ricas, “gordas” de overtones. Já no uso do OD para acordes, é preciso saber domar o gajo, pois facilmente pode sujar em demasia seu som, quase um fuzz lembram? Os dois lados em cascata são o apocalipse fuzzento, não em graves massivos, mas muitos overtones e muita intensidade. O lado OD funciona também muito bem como booster para outros drives, pois tem muito volume disponível. Com o 69 e o Blackcat, creio que acabou a busca por pedais de fuzz.

 

Dica para usar com fuzz mais abafado e sem controle de tone. Pegue um tube screamer, de preferência true bypass, e use o volume do tube screamer como usaria o volume da sua guitarra para timbrar o fuzz.

 

 

 DOD Carcosa Fuzz

Afinal o ano não acabou sem um terceiro fuzz! Este Carcosa deveria chamar-se Carcosa Gated Fuzz, ou a “versão mais amiga e simples do Zvex Fuzz Factory”. Ok posso ter exagerado um pouco, mas esqueci a vontade de ter um FF por agora. Todas amamos o Fuzz Factory mas ele é complexo demais. É neste ponto que o Carcosa me parece brilhar, mais simples, excelentes gated fuzz, podendo soar como um fuzz face mais domado, mas atingindo também níveis de ganho intensos, com a particularidade de poder também soar como um drive comum, basta só procurar a conjugação de knobs certa. A “geniosidade” deste pedal esta nos controles de After (Bias) e Hi Cut Este Carcosa Fuzz, com nome de terra perdida e imaginária de contos misteriosos, é isso mesmo, um complexo, retorcido, e assombrosa maquina de timbres. Quatro knobs e uma chave, para reforçar ou aliviar graves. Por este motivo, não é um pedal para quem não gosta de rodar botão e demorar dias até entender a função de cada parâmetro, e isso consultando o manual!

 

Voodoo Lab – Iso5, Digital e Pedal Power 2

Três fontes de alimentação com saídas isoladas, da mesma marca, níveis de filtragem diferentes. Excelentes fontes, mas a DIGITAL, em uso extremo, atenua bem mais o ruído de fundo quando ligados em simultâneo os dois canais do Blackcat (review acima). Tem alguma lógica, visto que a DIGITAL é própria para alimentar os exigentes pedais digitais de alto consumo, que são bem sensíveis a interferências eléctricas.

 

Uma nota. Os fuzz apesar de serem pedais muitos rudimentares em componentes, e aparentemente simples, são também os mais sensíveis à alimentação elétrica. Na maioria dos casos nem têm filtragem interna, nem circuitos básicos de proteção eléctrica. Assim, são muito mais susceptíveis a interferências e variações na corrente. Por isso muitas vezes acabamos por usar a velha bateria de 9v e prob resolvido.

 

Mais curioso ainda. A Iso5 e Digital aguentam bem o meu Flint que puxa 250ma, mas a Pedal Power 2 não dá conta, mesmo ligando nas saídas 5 e 6, que são indicadas para pedais de alto consumo. Curiosamente, se retirar o meu Trex Dr Swamp da cadeia, que está em outra saída separada, o ruído baixa completamente! Comprar uma fonte de saídas isoladas, implica algum cuidado e paciência para fazer contas aos consumos das latas. Mas não tem jeito, mesmo planificando tudo certinho existem pedais, que mesmo ligados em saídas isoladas, totalmente separados, não vão ser bons vizinhos. O Flint e Dr Swamp são dois desses raros casos infelizmente. Se puder leve seus pedais à loja, ou a casa de um amigo que tenha a fonte que deseje adquirir e teste com os seus pedais. Dessa forma não haverá surpresas. Para deixar claro, a Pedal Power 2 é uma excelente fonte, o problema será da exigência fora do normal desses dois pedais e não da PP2.

 

A Voodoo Lab continua sendo top de linha, com muita qualidade, baixo ruido, excelente isolamento, mas necessita renovar a capacidade das saídas das suas fontes para enfrentar a concorrência. A Iso5 é a única das três que fornece 18v, mas apesar de pequena tem uma saída alta de 400ma. Na Digital todas as saídas são de alta corrente, mas nenhuma de 18v. A Pedal Power 2 tem muitas saídas, é a ideal, mas as de saída alta fornecem apenas 250ma, e não oferece 18v. Em contrapartida tem saidas com variação de voltagem (SAG) para simular as baterias de 9v gastas, que tanto gostamos de usar nos nossos pedais de fuzz, e saidas de 12v comutaveis.

 

Dica. Nem todos os pedais necessitam de alimentação isolada. Dos seus 10/12 pedais, apenas 3 ou 4 precisam de verdade de alimentação isolada. Verifique você mesmo. Ou seja, pode continuar usando o cabo daisy chain para alimentar os outros 6/8 pedais ligando esse daisy chain em uma saída isolada de alta saída. De novo, leia os manuais, faça contas, tenha muita calma nessa hora, e faça testes com seus pedais. Não vamos demonizar o daisy chain como fizemos com a polémica entre o buffer e o true bypass ok?

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