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10 de fevereiro de 2014Entrevista: Lavielectro
É Sempre interessante ficar observando o mercado e vendo empresas surgirem com as mais diversas prpostas(ou sem proposta alguma). Quando esse processo acontece por aqui e percebemos que a empresa já nasce com organização e propostas bem definidas sempre nos chama atenção, porque dificilmente os produtos que virão desse meio passarão desapercebidos. E esse é o caso da Lavielectro, que já nasceu sabendo o que quer e onde quer chegar. Confira o papo com o Daniel, um dos idealizadores da marca e tire as suas próprias conclusões!
Pedais & Efeitos: Daniel, Como surgiu a ideia de criar a Lavielectro?
Daniel: No ínicio de 2011, meu pai e eu estávamos montando alguns pedais para uso próprio. Eram tardes de final de semana bastante agradáveis trocando experiências e gastando boas conversas. Estávamos curtindo bastante a idéia.
Coincidentemente, na mesma época, pegamos um Chorus de boutique de um colega pra consertar e não gostamos nada do que vimos. Além da baixa qualidade na construção do pedal, de maneira geral, percebemos que faltava algo… Conceito, tema, trabalho criativo por traz da coisa.
O seguinte pensamento foi inevitável: “…Caramba, os nossos pedais experimentais estão bem mais bacanas do que esse!” E se fizéssemos pra valer? Isso nos desafiou e encorajou a oferecer algo com mais qualidade ao mercado nacional. Estava aberta a sociedade.
Pedais & Efeitos: Quanto tempo vocês levaram planejando a marca antes do lançamento?
Daniel: Não demoramos muito tempo. Plano de negócio, conceito da marca, diferencial de mercado…estava tudo mais ou menos na cabeça. Foi desenhar a logomarca, colocar as coisas no papel, pedir algumas opiniões e cair pra cima. Eu, como guitarrista há alguns anos, me utilizei do seguinte raciocínio como base do negócio:
“O que EU, Daniel, gostaria de ver no mercado nacional em termos de pedal? O que faria a minha cabeça? O que EU, como guitarrista, teria prazer em ter?”
A missão era então fabricar algo que primeiro me convencesse, só então eu convenceria a outros…
Pedais & Efeitos: A Lavielectro possui hoje três pedais na sua linha. Você pode falar sobre cada um deles e suas características sonoras?
Daniel: Ok. O primeiro deles, o “Old Yeller Classic Overdrive”, é um overdrive clássico, como o nome diz, hehe…
Não há porque mentir e dizer que ele é o “drive das galáxias”, “nunca antes visto na história deste país” e blá blá blá..
[risos]. Ele é baseado no famoso chip 4558, utilizado principalmente na linha Tube Screamer da Ibanez, na qual nos inspiramos. Projetamos o circuito de forma a fazer com que a saturação abra um pouco mais comprimida nas válvulas do amp, evitando aquele drive “espalhado” que às vezes embola um pouco.
Enfim, um drive cremoso, versátil e cheio de harmônicos… pau pra toda obra.
Logo em seguida, lançamos o “Copy & Paste Vintage Delay”, com sonoridade inspirada nos timbres das antigas máquinas de delay analógico, onde a principal característica é um som quente, levemente saturado, onde o som das repetições tenha um sutil corte de agúdos, para que a repetição se diferencie em camadas do som original da guitarra. Quanto mais feedback ajustado, mais suja fica a repetição. Controles simples e timbre quente…esse é o vintage.
“The Rocket Premium Guitar Booster” foi uma idéia inspirada nas minhas necessidades pessoais em palco. Ele é um clean booster, com dois estágios de ganho. Um primeiro estágio, acionado por uma chave true bypass, liga o pedal e adiciona a quantidade de boost que você definir no knob de ganho. Ao pisar na segunda chave, um ganho extra entra em ação, cerca de 20% a mais do que o valor do primeiro estágio, proporcionalmente, fazendo um “boost do boost”. Ganho de sobra pra todo tipo de situação no palco…compensar perda de sinal, adicionar punch, volume pra solos, até um drive…vai da sua criatividade.
Pedais & Efeitos: Como funciona o processo de Desenvolvimento na Lavielectro?
Daniel: Definimos qual o efeito que vai ser produzido. À partir daí, não há regras…Deixamos as idéias irem fluindo, pesquisas, inputs de guitarristas ajudam também. Cada vez o processo ocorre de uma maneira. Como nosso produto é handmade, fazemos questão de fugir dos padrões industriais de desenvolvimento. Detalhe curioso: Às vezes um pedal sai primeiro na prancheta de desenho, ou no photoshop e depois é definido o “como” será feito, na bancada.
Pedais & Efeitos: Como é escolhido que tipo de pedal vai ser lançado pela marca?
Daniel: Começamos com aqueles que são indispensáveis em qualquer pedalboard. Seria um tanto estranho para uma marca nova, entrar no mercado com um auto-wah, não?[risos]
Agora estamos olhando mais para o mercado, buscando tendências, ouvindo o que os guitarristas (e baixistas) têm a dizer…
Pedais & Efeitos: Apesar de uma marca recente, vocês já estão vendendo para o exterior. Para quais países vocês estão vendendo e como surgiu essa oportunidade?
Daniel: Sim! Estamos com um dealer na Suécia, alavancando bastante nossas vendas. A marca está se espalhando por lá, e já pensamos em distribuir em outros países da Europa também (sem abrir mão do processo handmade, é claro).
A oportunidade surgiu através do instagram, que é uma ferramenta de promoção com muito mais alcance e objetividade do que o facebook, na minha opinião.
#ficaadica [risos]
Pedais & Efeitos: Qual é o pedal mais vendido da Lavielectro?
Daniel: Por incrível que pareça, os três modelos estão lado a lado nas vendas. Uma coisa muito bacana que tem acontecido, é o guitarrista querer comprar os três de uma vez. Isso reforça a nossa filosofia de criar pedais colecionáveis, com temas marcantes, que combinem entre si e componham uma idéia, um conceito.
Pedais & Efeitos: Na sua opinião, qual o grande diferencial da Lavielectro?
Daniel: A Lavielectro, sendo uma boutique, aposta muito em uma entrega impecável, onde você tem atendimento pessoal e consultoria. Creio que tudo começa na forma como você trata o cliente.
Em segundo lugar, a proposta de um pedal temático, com forte apelo visual que vai desde a arte do pedal em si, passando pela embalagem, o bag de tecido, até o tag retrô com a data da fabricação, faz do produto um colecionável que traz estilo ao músico e ao pedalboard. Enfim, valor agregado. Peças de qualidade e acabamento top, é o mínimo que se espera de um produto handmade…
Pedais & Efeitos: E quais são os projetos futuros da Lavielectro? Pode nos adiantar alguma coisa, alguma notícia exclusiva?
Daniel: Sim, claro. Estamos lançando ainda neste mês de Janeiro um Fuzz chamado “Cold War”, guerra fria em português.
Ele tem este nome pois leva todo o estilão dos muff que eram produzidos na Rússia e foram descontinuados.
O Cold War virá na versão classic, com transistores de silício, e também na versão “special edition”, com transistores de germânio, estoque antigo de 1970, que importamos da Ucrânia e Bulgária. (Há algum feitiço em transistores de 1970? Não, mas achamos que seria bacana demais, fazer um pedal chamado Cold War, com componentes fabricados na União Soviética).
Enfim, temos planos também para lançar em 2014: Um reverb digital (com um detalhe que é segredo por enquanto…), um A/B box, um atenuardor de potência para amp e por ai vai…
Pedais & Efeitos: Daniel, muito obrigado pela entrevista! Quer deixar algum recado pra os nossos leitores?
1 Comment
Parabens ao Daniel pelo trabalho desenvolvido e a
Pedais & Efeitos pelo apoio constante!!
Abração
José Luis Fraga
vibeguitars