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27 de fevereiro de 2013Novo Dirty Little Secret!
4 de março de 2013Na prática: Fred Andrade!
Mais um “Na Prática”! Dessa vez conversamos com um cabra que tem procurado desenvolver uma linguagem e timbres bem particulares, sem medo de arriscar e ser feliz. Confira nossa conversa com o grande Fred Andrade!
Pedais & Efeitos: Para quem não te conhece, quem é Fred Andrade?
Fred: Sou um camarada sonhador com a mania estranha de acreditar que um dia a música boa terá o lugar de destaque merecido.
Pedais & Efeitos: Como surgiu seu interesse por música?
Fred: Comecei ainda muito guri tendo aulas de piano e um pouco de solfejo na Escola, mas odiava aquilo tudo. Queria mesmo era estar jogando bola e malouqueirando na rua. Aos doze anos quando peguei o meu primeiro violão é que comecei a ter mais gosto pra estudar música. Ouvia bandas como Black Sabbath e Led Zepellin, mas foi quando vi um Show de Robertinho de Recife que disse pra mim mesmo que queria seguir naquilo.
Pedais & Efeitos: Você já passou por várias fases musicalmente falando e já esquisou e tocou com diversos equipamentos. Como foi esse processo de busca e amadurecimento até você encontrar o seu timbre atual?
Fred: Olha só, meu timbre atual depende muito de amps combinados com fuzzes e Muffs. Passei sim por fases de pedaleira e aqueles racks que brilhavam lindamente no escuro, mas sempre sentia que tava faltando algo…. Tive tudo que foi amplificador bom que se fala no planeta e depois dessa busca danada fui achar um time de camaradas aqui pertinho da minha casa que construiam amplificadores na munheca e isso me fascinou logo de cara. Apareci um dia na Oficina deles e desde lá esses equipamentos tão fazendo parte da minha música. Essas figuras fantásticas são os camaradas da Altovolts!!Quanto aos Fuzzes confesso que tive vários e nunca me adaptava. Hoje sei que o problema era todo meu , pois não sabia utilizá-los. Tocar com Fuzz requer uma manha muito grande nos potenciômetros da guitarra e eu não estava ligado naquilo. Foi curiosa a minha estória com Fuzz… Um grande brother que é muito conhecedor de Fuzz chamado Léo Ximenes me deixou um Pedal da Deep Trip, pra que eu fizesse uns testes e eu passei muito tempo com esse pedal parado em casa exatamente pelos meu traumas passados com fuzz. Um belo dia minha mulher que também toca achou o Deep Trip e disse: Que pedal lindo, qual a onda dele? Eu disse: é Fuzz, e ela que adora um barulho falou: liga aí esse danado…. Pronto!! Era tudo que estava procurando. Um pedal dinâmico, com um som que me tirava do lugar comum e ainda por cima se ajustava perfeitamente ao que estava tocando naquele momento. O mais legal é que passei anos com esse pedal achando que era um presente do Du Menegozzo passado pra mim através do Leo e ele (Leo) me confessou que aquele pedal era dele (ou seja eu o roubei kkkk). Rimos demais dessa estória e é um lance que guardo com muito carinho nas minhas lembranças. Tenho aqui de falar de figuras cruciais também nesse processo todo: Um é meu Luthier que é o Zé Metall. Esse camarada faz tudo que pode pra realizar tudo que é sonho em relação aos nosso instrumentos. Sem ele a nossa vida de músico seria bem mais difícil. O outro que me ajudou muito nessa busca de sons foi o Guga Pedrosa. Me lembro que a primeira guitarra que toquei com 0.11 foi ele que jogou na minha mão e disse: Toca miserávi kk. Esse cara tira som gigante de qualquer equipamento.
Pedais & Efeitos: Você pode nos falar um pouco sobre o seu Setup? Existe diferença do seu setup de gravação e do que utiliza ao vivo?
Fred: Hoje tenho três sets montados em boards e alguns pedais que andam soltos por aqui por casa. Um dos board tem o BOG (versão antiga) da Deep Trip , um Power Driver SI da Plan 9 (pedal que chorei até a morte pra que Leo me vendesse e ele o fez kkk), o DG 1 da Top Tone e o Reel Echo da Danelectro. O outro Board tem Um Fuzz face original da Dunlop, Um Big Muff PI um Tube Driver BK Butler, e tô pegando e o reverb Holy Grail da EH. Por fim tenho outro que figuram o novo Bog da Deep Trip, um Suppa Fuzz da Plan 9 e o Delay dan- echo da Danelectro. Tenho também Rotovibe da Dunlop, Wha da vox e um Cry Baby. O que uso ao vivo é exatamente igual ao que utilizo em Estúdio.
Pedais & Efeitos: “Ao Vivo” é que dá pra medir como as coisas funcionam de verdade, não? Porque muita gente experimenta os seus equipamentos só em ambientes controlados e assim quase tudo vai soar bem…
Fred: Pois é…. No quarto e editado até tubo de cola ligado no amp fica lindo kkk. Aliás esses tempos de internet e Fakebook tudo é possível né…. Mas sabe o que acho? As coisas vão dar um loop e só o que é de verdade vai ficar. Já falei lá em cima que sou sonhador num falei? kkk
Pedais & Efeitos: Você tem utilizado pedais de fabricantes nacionais como Deep Trip, Plan-9 e Top Tone. Dá pra dizer que eles estão no nível de fabricantes gringos?
Fred: Eu acho esses camaradas sensacionais. Três caras com perfis e trampos diferentes e que mandam ver no que fazem. Orlando que é historiador, e que vive nessa busca louca pelos componentes originais dos pedais antigos e essa maneira quase que documental que ele aborda os assuntos. Du da Deep Trip, um cabra incansável, minucioso e que procura soluções muito próprias e inovadoras para seus produtos, além de um acabamento foda… e Olmar da Top Tone super detalhista que fez um Muff muito bem resolvido e que tudo que é gringo paga o maior pau (precisa dizer mais nada né…)…. Sou fã !!
Pedais & Efeitos: Você está trabalhando agora num Duo com o Baterista Ebel Perreli. Como funciona o processo de construção do seu timbre nesse contexto? Foi preciso alguma adaptação por se tratar de um formato um tanto incomun?
Fred: O grande barato desse Duo é o Fato da gente poder descer a marretada e não embolar nada kkk Ebel Tá com uma bateria gigante da Gretsch e eu vou com todo o meu arsenal bélico pro Estúdio. Nos trancamos como dois bichos dentro da mesma sala e tacamos volume . Sem emendas mentiras e frescuras tão habituais na nossa #moderna# Música instrumental.
Pedais & Efeitos: Você tem uma parceria com o pessoal da Altovolts que culminou num modelo signature, o “Angel”. Como foi esse desenvolvimento?
Fred: O Angel começo à ser discutido no começo do ano de 2007 e foi a melhor escolha que eu poderia ter feito na minha vida. Os caras são geniais , amigos, éticos e ainda mais são praticamente meus vizinhos. Tudo que queria de upgrades e mudanças sempre ficou muito fácil. Ter meu modelo signature feito por gente como a moçada da Altovolts me deixa muito orgulhoso!!
Pedais & Efeitos: Qual o papel dos pedais e efeitos dentro da sua música?
Fred: Sem um bom amp e meus pedais eu perderia texturas.
Pedais & Efeitos: Além do Mandinga(duo com o Ebel) você tem outros projetos musicais. Pode falar sobre eles?
Fred: Faço parte de um Sexteto chamado Noise Viola desde 2003 e estamos concluindo um novo CD, Tenho um quarteto instrumental em meu nome e um trampo solo de violão bem diferente de tudo que estamos falando por aqui. Nele toco muita coisa baseada em música impressionista que é uma grande paixão.
Pedais & Efeitos: Qual o seu pedal favorito?
Fred: Fuzz.
Pedais & Efeitos: E qual será o seu próximo pedal?
Fred: Atualmente tô de olho no Holy Grail de EH, mas se aparecer um fuzzinho por aqui tá de bom tamanho né kkk
Pedais & Efeitos: Fred, obrigado pela entrevista! Quer deixar algum recado pra os nossos leitores?
Fred: Eu que agradeço demais pela oportunidade e o conselho é que procurem tocar coisas que curtam… Mas tocar de verdade mesmo de cabo à rabo deixando as imperfeições e o retrato mais real do que vcê é e daquele momento que vcê está vivendo ali que é único. Caso ainda não estejam preparados para tal estudem mais. Vamos tentar fazer um mundo mais real né. Menos fuleiragem e mais som….