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26 de agosto de 2019Review: 214 Fuzz Cachalote Audio

Acabamento/Construção/Embalagem
O 214 Fuzz é o segundo pedal da Cachalote Audio que analiso e ainda me espanta o padrão de qualidade que eles conseguiram alcançar logo nos primeiros lançamentos. A pintura é excelente, os knobs muito bem escolhidos e todas as inscrições no pedal são bem aplicadas e fáceis de visualizar. Apesar de ser uma “arte” simples, já caracteriza e identifica imediatamente os pedais do fabricante. E isso não é fácil de se achar com tão pouco tempo de empresa. Como o visual é bastante clean, mesmo com muitos knobs é fácil de identificar qual a função de cada um.
A construção também é impecável. A placa é extremamente bem montada, com ótimos componentes sendo utilizados na sua montagem e sem sobras de cola ou fios e tudo muito bem fixado. Os jacks de entrada e saída de áudio ficam na “parte da frente” do pedal assim como a entrada para fonte de alimentação. O 214 Fuzz é True Bypass e deve ser alimentado através de fonte 9v centro negativo. Do lado esquerdo fica a entrada para utilização do pedal de expressão.
A embalagem do fabricante é personalizada, com a logomarca da empresa ocupando a parte superior e informações sobre o modelo, número de série e o site do fabricante nas laterais. O pedal vem embrulhado num plástico bolha e acompanhado por adesivos, palheta, um chaveiro bem legal e um belíssimo manual que também é um poster mostrando todos os componentes utilizados no pedal. Não é lá muito fácil de manusear na hora de tirar uma dúvida mas é muito bonito! Outro detalhe interessante é que o fabricante teve o cuidado de fazer um manual para a utilização do controle de expressão no pedal, que não pode ser utilizado com qualquer cabo. Bem legal!
Timbres
Se fosse para destacar apenas uma característica do 214 Fuzz eu diria que é a versatilidade. A quantidade de timbres que é possível extrair desse pedal é impressionante. São muitos controles e todos com uma real capacidade de alterar de maneira substancial o timbre do pedal, o que o transforma num “canivete suíço”. Obviamente essa quantidade de controles também pode confundir guitarristas mais inexperientes ou os que prafiram coisas mais práticas e prontas. Mas para quem gosta de “fuçar” no pedal, é um prato cheio!
A interação entre os controles do 214 Fuzz é total. O Equalizador do tipo Baxandall no pedal fornece parâmetros de frequência fixos de 1Khz e 5Khz e que podem ser acentuadas ou atenuadas de acordo com a regulagem dos knobs. E esses controles oferecem um ótimo espectro de sonoridades, oferecendo ao músico um ajuste completo das frequências desejadas. Você também vai perceber a enorme quantidade de possibilidades envolvendo os controles de ganho, bias e o switch que possibilita acrescentar uma oitava ao timbre. A Chave Oitava inverte a polaridade de parte da onda criando o efeito de uma oitava acima. Como não se trata de um octave digital, por muitas vezes a oitava não é perfeita, o que acrescenta ainda mais personalidade e característica ao timbre!
A saturação pode ser completamente através dos controles de ganho e bias e da chave relativa a oitava. Você pode optar por um som extremamente sujo e rasgado ou por uma sonoridade mais “gated” ou ainda aquele timbre granulado e com pouco sustain. Com o controle de Bias no mínimo o timbre vai se assemelhar a uma distorção com bastante ganho mas sem perder a característica de fuzz e com esse controle no máximo, aquele som clássico de fuzz “falhando”. São realmente muitas possibilidades e que tornam esse pedal um verdadeiro canivete suíço. Os testes foram feitos em diferentes guitarras e amplificadores e o resultado em todos eles foi muito bom. Tanho em minha Fender American Traditional como com minha Gibson Les Paul Special o 214 produziu timbres insanos e variados de fuzz. Foram necessários alguns ajustes nos controles de equalização (obviamente) e o pedal estava pronto para a guerra. Você pode regular o pedal com o octave e utilizar apenas para linhas de single note ou transformar o pedal num synth com a ajuda do pedal de expressão e estar pronto para receber alienígenas de um outro planeta ou trabalhar para uma trilha sonora de um filme B de ficção científica. Alías, o recurso do pedal de expressão nesse pedal merece ser muito bem explorado pois produz sonoridades interessantíssimas e abre outro mundo de possibilidades. Foi uma sacada genial!
O 214 Fuzz é mais uma amostra de que nós podemos sim, produzir pedais com muita qualidade aqui no Brasil. É um pedal que é capaz de competir em pé de igualdade com os pedais das mais aclamadas marcas do planeta sem fazer feio. É sem dúvida um dos pedais mais versáteis que eu já testei na vida. Tão versátil que é preciso foco para não se perder nas possibilidades e achar logo o seu timbre. Se você gosta de fuzz e gosta de explorar diversas possibilidades sonoras e texturas, não consigo pensar num pedal melhor para lhe indicar. Golaço da Cachalote!
Facilidade de Usar/Achar bons timbres
Como deu para perceber, o 214 Fuzz não é dos mais simples pedais de usar. Não é que se trata de controles complexos, mas a quantidade e a interação entre eles torna o processo de aprendizagem bem mais longo para que se domine e entenda o pedal por completo. Esse é o tipo de pedal que vale a pena investir um tempo para extrair o que ele pode oferecer de melhor. Mas caso você não queira investir o seu tempo nesse processo de aprendizagem e ligar logo o pedal para sair tocando, me arrisco a dizer que você vai encontrar um ótimo timbre de cara. Vai ser bem difícil extrair algum som inútil dessa máquina.
Regulagem Favorita
Ganho: 13:00h
Volume: 12:00h
Bias: 13:00h
Freq: 16:00h
Q: 12:00h
Switch Octave: Off
Switch Filtro/EQ: EQ