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30 de novembro de 2020Review: Formiga Drive Cachalote Audio

Acabamento/Construção/Embalagem
A Cachalote Audio optou por adotar um mesmo acabamento para a sua linha de pedais. Todos são pintados na cor preta (um preto fosco) com as inscrições na cor branca (e em português) no pedal. Isso confere uma personalidade e identidade bem interessante aos pedais. A pintura é muito bem feita e as inscrições são bem visíveis e a escolha dos knobs combinou bastante. O acabamento é muito competente de maneira geral. Simples e eficiente.
A construção do Formiga é impecável. A placa interna é muito bem montada sem sobras ou excessos e se utilizando de ótimos componentes. A montagem da placa e os componentes estão no mesmo nível dos melhores fabricantes de pedais que já passaram por aqui. Os jacks de entrada e saída de áudio ficam “na frente” do pedal, assim como a entrada para fonte de alimentação. O pedal deve ser alimentado por fonte padrão (9v, centro negativo) e consome cerca de 7mA.
A caixa dos pedais da Cachalote é bem simples, mas mostra como não é preciso nada de muito sofisticado para fazer algo bacana. É uma caixa de papelão, com a logo do fabricante impressa na parte superior e o nome do fabricante em uma das faces. Dentro, ela vem recheada de coisas vacanas. Duas palhetas, dois adesivos, um chaveiro com uma parte de placa e um poster/manual que é um espetáculo a parte. A Cachalote mostra que é possível ter um ótimo pedal e ainda acrescentar na experiência do usuário pensando em todos os detalhes do produto.
Timbres
O Formiga é um overdrive/distorção que foi otimizado para ser utilizando de maneira muito eficiente em contra baixos, mas que também funciona de maneira excelente em guitarras. Ele possui dois canais paralelos (limpo e saturado) e filtros passa baixa (Low Pass) independentes para cada canal. Além disso, possui uma chave com três tipos de clipagem: Silício, OpAmp e Led. Só por aí já dá para imaginar a quantidade de possibilidades que esse pedal pode oferecer. A interação entre os dois canais pode oferecer texturas e possibilidades pra lá de interessantes.
A maneira como você configura os dois canais vai definir a função que o Formiga pode exercer dentro do seu pedalboard. Eu utilizei o Formiga na maioria das vezes como um overdrive de segundo estágio, quase flertando com uma distorção. Ele produziu um som gordo e cheio que funcionou bem demais com a minha Strato. Mas para o caso de um drive mais leve, bastou regular os canais, com um pouco mais de presença do canal limpo e a redução do canal saturado. Com Humbuckers tive que utilizar mais os filtros low pass para equilibrar a sonoridade para que os graves não embolassem e os controles responderam muito bem. Com esse tipo de captador foi possível aproximar o pedal de uma sonoridade mais “fuzzy”, quase na linha do RAT. Se você quiser usar o Formiga apenas como booster também será possível, utilizando apenas o canal limpo dele. Os filtros de low pass são responsáveis pelos filtros das frequeências graves e atual de maneira diferente no canal limpo e no canal saturado.
Você também vai conseguir uma dinâmica interessante no pedal utilizando o controle de volume do seu instrumento. Então no meu caso, mesmo utilizando o Formiga como overdrive de segundo estágio, ao utilizar o controle de volume das minhas guitarras consegui sonoridades bem mais leves, o que é sempre interessante para a dinâmica durante uma música ou solo. A chave com as três diferentes clipagens é mais um recurso interessante que ajuda a adequar o pedal ao instrumento e até a mudar um pouco a característica do mesmo. Se você quer levar o timbre do Formiga a flertar com um som mais “fuzz”, a clipagem de silício fé a indicada. A clipagem de LED soou um pouco mais comprimida (menos comprimida que a de silício mas rolou muito bem com singles) e a OPAMP foi a que para mim soou mais “Orgânica” e natural e foi a minha preferida.
O Formiga é um pedal de drive com muitas possibilidades. A interação entre os dois canais e a possibilidade de utilizá-los de maneira conjunta ou separadamente abre um leque de possibilidades bem interessante. Você vai poder utilizar o Formiga em diferentes funções dentro do seu pedalboard e em todas que eu utilizei ele cumpriu mais do que bem a sua função. Se você é guitarrista e tinha deixado de observar o Formiga por achar que se tratava de um pedal exclusivamente para baixo (como eu), pode dar meia-volta e conferir esse pedal, porque com essa quantidade de recursos e os ótimos timbres, vai ser difícil achar coisa melhor! Recomendadíssimo!
Facilidade de Usar/Achar bons timbres
O Formiga não é um pedal de difícil utilização nem compreensão acerca do seu funcionamento. Mas as possibilidades são tantas e a interação entre os controles oferece nuances e possibilidades interessantes que é quase uma obrigação moral se debruçar por esse pedal por um bom tempo para realmente entender tudo que ele pode oferecer. Você vai encontrar um bom timbre assim que ligar o pedal, mas não deixe isso lhe impedir de pesquisar a fundo todas as possibilidades e combinações. Certamente vai ser um tempo que vai valer a pena depois.
Regulagem Favorita
Ganho: 1:00h
Limpo: 12:00h
Filtro L: 11:00h
Saturado: 2:00h
Filtro S: 1:00h
Switch: OpAmp